sábado, 18 de janeiro de 2014

Serpente D

Ouroboros

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serpente Ouroboros em um antigo manuscritoalquímico grego
Ouroboros (ou oroboro ou ainda uróboro) é um símbolo representado por uma serpente, ou um dragão,
que morde a própria cauda. O nome vem do grego antigo: οὐρά (oura) significa "cauda" e βόρος (boros),
que significa "devora". Assim, a palavra designa "aquele que devora a própria cauda". Sua representação
 simboliza a eternidade. Está relacionado com a alquimia, que é por vezes representado como dois animais
 míticos, mordendo o rabo um do outro. É possível que o símbolo matemático de infinito (∞) tenha tido sua
origem a partir da imagem de dois ouroboros, lado a lado1 .
Segundo o Dictionnaire des symboles 2 o ouroboros simboliza o ciclo da evolução voltando-se sobre si
mesmo. O símbolo contém as ideias de movimento, continuidade, auto fecundação e, em consequência,
eterno retorno.
Albert Pike, em seu livroMorals and Dogma [p. 496], explica: "A serpente, enrolada em um ovo, era um 
símbolo comum para os egípcios, os druidas e os indianos. É uma referência à criação do universo".
A forma circular do símbolo permite ainda a interpretação de que a serpente figura o mundo infernal, enquanto
 o mundo celeste é simbolizado pelo círculo.
Noutra interpretação, menos maniqueísta, a serpente rompe uma evolução linear, ao morder a cauda,
 marcando uma mudança, pelo que parece emergir num outro nível de existência, simbolizado pelo círculo.
Para alguns autores, a imagem da serpente mordendo a cauda, fechando-se sobre o próprio ciclo, evoca a
roda da existência. A roda da existência é um símbolo solar, na maior parte das tradições. Ao contrário do
círculo, a roda tem certa valência de imperfeição, reportando-se ao mundo do futuro, da criação contínua,
da contingência, do perecível.
O ouroboros costuma ser representado pelo círculo. O que parece indicar, além do perpétuo retorno, a
espiral da evolução, a dança sagrada de morte e reconstrução.
Pode-se referir que o ouroboros, ou símbolos semelhantes, constam de obras alquímicas, nas quais significa
 “alimenta este fogo com fogo, até que se extinga e obterás a coisa mais estável que penetras todas as coisas, 
e um verme devorou o outro, e emerge esta imagem”. Isto, após uma fase em que pela separação se divide o
um em dois, que contém em si mesmo o três e o quatro, “... é um fogo que consome tudo, que abre e fecha 
todas as coisas”3
Registre-se ainda, na tentativa de avançar pistas para a raiz etimológica da palavra “ouroboros”, que em copta
 “ouro” significa “rei” e em hebraico “ob” significa “serpente”.
Se o segundo símbolo constante da nossa imagem for uma alcachofra, diga-se que esta é tida por alguns 4 o
análogo vegetal da fénix, pois após ser submetida ao calor a sua flor perde o colorido e fica totalmente branca,
 posto o que renasce.
Geralmente, nos livros antigos, o símbolo vem acompanhado da expressão "Hen to pan" (o um, o todo).
Remete-se assim, mais uma vez, ao tema da ressurreição, que pode simbolizar o “novo” nascimento do iniciado.
Em relação a certos ensinamentos do budismo tibetano (como dzogchen e mahamudra), pode-se esboçar uma
maneira específica para vivenciar (em estado meditativo) este ato de "morder a própria cauda". Por exemplo, ao
 perceber-se num estado mental atípico (além das formas habituais) procurar olhar a si mesmo.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Ir para cima http://www.stephenlinsteadtstudio.com/Images/ouroborus/ouroboros_figureeight.jpg
  2. Ir para cima Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, Robert Laffont, 11ª impressão, Paris, 1990, pág. 716
  3. Ir para cima cfr. Abraham Eleazar, “Uractes chymisches werk”, Leipzig, 1760, in “Alquimia & Misticismo”, 
  4. Alexander Roob, Taschen, Lisboa, 1997, pág. 403.
  5. Ir para cima cf. O esoterismo da Quinta da Regaleira, Vitor Mendanha entrevista José Manuel Anes, Hugin, 
  6. Lisboa, 1998, pág. 23

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